quarta-feira, 18 de abril de 2007
Os olhos da bondade.
Não importa o tipo de sofrimento ou provação impostos, naturalmente o instinto de defesa lhes tornan alertas e incuti em suas mentes o preceito de que “a melhor defesa é o ataque”.
Nós, que nos consideramos boas pessoas, generosas, honestas, trabalhadoras e acima de qualquer suspeita, também temos nossos momentos de raiva, ira e até sentimentos de vingança, mas que diante destes pensamentos obscuros, somos dignos de perdão e entendimento por sermos bondosos.
Mas o que é realmente ser bom? É ajudar com freqüência entidades carentes? É doar roupas, objetos ou alimentos aos mais necessitados? É contribuir com dinheiro organizações sem fins lucrativos? É somente isso?
Quem de nós, num momento crítico, tivemos a capacidade de olhar com olhos de bondade para nosso inimigo? Questionarmos os motivos daquela atitude? Porque ao contrário de sentirmos medo daquele ser humano, que talvez nunca tenha se sentido digno de coisa alguma, não lhe concedemos o benefício da dúvida? Sem transmitirmos a ele toda nossa sensação de raiva e desprezo?
Cada um é o que é, mas nunca saberemos de fato, se teremos o privilégio e a satisfação de resgatarmos uma alma atormentada, sem lhe dirigir o olhar da verdadeira bondade.
domingo, 15 de abril de 2007
Angustia tem cura.
Quando estamos nesta situação, não basta apenas tentar lutar, temos que ter fé, acreditar que é possível e que temos em nós uma pequena chama, capaz de ascender à lanterna que nos possibilitará enxergar a saída. Assim vamos seguindo em passos lentos, mas ininterruptos, mantendo a luz acesa.
Certamente haverá momentos em que nos faltará força, porém a esperança estará lá e podemos nos agarrar a ela. Então, buscarmos novamente a fé, principalmente a fé que reside dentro de nossos corações, achar a determinação necessária para seguir em frente, a caminhos da paz, do amor e da felicidade!
A fé, nada mais é do que a crença inabalável em nós mesmos.
Quantos anos você tem?
Você chegava da rua, que ainda era de terra, todo suado e com as roupas e mãos todas sujas e empoeiradas das brincadeiras com os amigos da vizinhança. As vezes com os joelhos e cotovelos ralados, mas como uma enorme satisfação por ter derrotado a todos na corrida de carrinhos de rolimã, depois enganado todo mundo quando não o encontraram em seu esconderijo perfeito na hora do esconde-esconde.
Você entrava na cozinha e ia direto para a tigela, que ainda suja da massa do bolo, aguardava em cima da pia só para ser lambida. Sua mãe ralhava com você por ter entrado com os pés sujos e meter a mão na tigela. Você corria para se lavar e aguardava até que bolo saísse do forno para roubar um enorme pedaço e tomar um copo de suco de uva bem geladinho. Então, refeito, saía para a rua novamente e inventava com os amigos mais um monte de brincadeiras. E assim, as tardes passavam , alegres e despreocupadas.
Depois, quando já era noite, seus pais permitiam que saísse, só mais um pouquinho, para a parte mais legal, que era a hora perfeita para brincar de beijo, abraço, ou aperto de mão e então você podia dar um selinho naquela sua colega, que era a mais bonita da rua.
Então seu tempo terminava e você tinha que entrar, a chamado de seus pais e exausto, deitava-se na cama e dormia imediatamente, com um sorriso nos lábios e a leveza que somente as crianças possuem.
Se você se lembra de tudo isso com saudades, é porque ainda resta um pouquinho de criança dentro deste homem, desta alma. Então porque não deixar que esta criança, escondida, ainda se divirta e brinque como antes?
Não podemos esquecer que a idade existe apenas em nossas mentes, apesar das mudanças em nosso corpo, mas podemos manter nossos espíritos sempre jovens!
sexta-feira, 13 de abril de 2007
Tatiele
Apesar de tudo, ela é uma pessoa singular, pois em toda a confusão que vive, consegue se entender como ninguém. Sabe exatamente do que tem medo, conhece bem suas inseguranças, ironiza seus sentimentos e não tem vergonha de ser confusa.
Penso que na verdade, ela nem é tão confusa assim, apenas gosta desta situação, pois acabou se acostumando com isso.
Seu lar, o closet, é um lugar onde ela pode esconder de todos, a pessoa maravilhosa que é, mas que acredita não ser, então se esconde lá e não arrisca nada, nenhum relacionamento, nenhuma mudança de vida, e assim por diante. As vezes não quer nem responder seus próprios questionamentos, pois pode descobrir alguma coisa que mude sua vida.
Espero sinceramente que ela abandone o closet, tranque a porta e jogue a chave fora, de preferência no mar, para que nunca mais volte a achá-la, que transforme sua confusão em algo positivo, encontre suas respostas e deixe aflorar a sua verdadeira essência.
Caso queiram conhecer a confusa Tatiele, visitem seu blog no seguinte endereço:
http://cozinhandoovos.blogspot.com
quinta-feira, 12 de abril de 2007
Nunca é tarde para o amor.
Suas amigas, que já haviam viuvado há mais tempo, não perdiam tempo e estavam presentes em todos os bailes promovidos pelo clube de campo Água Viva. Mas Madalena, resignada, mantinha-se afastada destes eventos, comparecendo unicamente as missas dominicais.
Vez ou outra, recebia a visita delas, no chá da tarde, em que lhe relatavam com entusiasmo as suas peripécias no salão. Até mesmo algumas paqueras andavam acontecendo.E Madalena ouvia com interesse e até um pouquinho de inveja. Amou muito seu falecido marido e jamais ninguém o substituiria, mas sentia falta de alguma emoção na vida, não queria apenas esperar a morte chegar.
Com certa freqüência as visitas foram aumentando e com elas novidades chegavam aos seus ouvidos, aparentemente um novo morador da cidade passara a frequentar o baile e conforme suas amigas, um senhor extremamente bem apessoado e ouviram alguns boatos de que também era muito rico. Clarice, a mais nova entre elas, andou investigando discretamente e descobriu que o estranho era solteiro e que estava à procura de uma companheira. Todas estas novidades causaram um frisson entre as amigas, que discutiam efusivamente sobre qual tipo de mulher ele tinha em mente. Madalena pacientemente ouvia as conversas e pensava consigo o quanto suas amigas se comportavam como adolescentes. Bem, ao menos havia um pouco de agitação em sua casa, o que já era alguma coisa.
No Domingo seguinte, sentou-se em seu lugar de costume no banco da Igreja e de repente alguém se acomodou a seu lado, mas ela, muito discreta, não olhou na direção da pessoa.
Ao final da missa, quando todos já estavam se levantando para irem embora, a pessoa permaneceu sentada e quando Madalena olhou em sua direção e já ia pedir licença, notou que se tratava de um senhor e que este não tirava os olhos dela. Corando pediu que a deixasse passar, mas o desconhecido pegou em suas mãos e disse:
- Madalena, não está me reconhecendo? Mudei tanto assim?
- Me desculpe senhor, mas não o conheço e nem me recordo de tê-lo visto algum dia. – respondeu e olhou em volta para se certificar de que ninguém estava reparando na situação. – se me permitir passar, por favor, agradeceria muito.
Ele a deixou passar, mas a seguiu até a porta e segurou em seu braço firmemente, virou-a para si e com um sorriso encantador voltou a lhe falar:
- Acredito que eu tenha mudado muito mesmo, mas você continua a mesma. Estes mesmos olhos inconfundíveis.
Madalena, confusa e já um pouco assustada tentava se libertar das mãos do estranho, quando uma pequenina luz se acendeu em sua memória.
- Bem, você me lembra um pouco o Adolfo, que estudou comigo em São Paulo, mas isso já faz muito tempo.
- Pois você acertou em cheio, sou eu mesmo. Claro que com menos cabelo e com os que sobraram, todos grisalhos.
- Mas o que faz aqui, por estas bandas?
- Eu me mudei para cá, faz alguns meses.
- Mas você conhecia esta cidade?
- Na verdade não, mas um outro motivo me trouxe até aqui.
- É mesmo e qual foi?
- Você!
- Eu? – perguntou Madalena completamente confusa.
- Sim, pois se você não se lembra, eu era completamente apaixonado por você naquela época, mas você teve que voltar para cá e eu tive que seguir carreira na empresa de meu pai. Porém, nunca te esqueci e também não consegui me apaixonar por mais ninguém, então procurei informações sobre você e soube que havia se casado e estava feliz. Conformei-me por algum tempo, mas depois voltei a investigar e descobri que seu marido faleceu, aguardei pacientemente seu sofrimento e o tempo de luto, para agora poder me aproximar de você e finalmente pedi-la em casamento.
Acredite em você.
Você cresceu comigo, com apenas 10 anos de diferença, e é como se fosse minha filha, irmã e amiga.
Eu via você crescendo e tinha certeza que teria um futuro brilhante, pois é o que você é “brilhante” e não só isso, é também inteligente, bonita, capaz, especial e muito amada, porém às vezes sinto que você não se da conta disto, não percebe todo seu potencial.
Acredito tanto em você, na sua infinita capacidade de criar, que é algo inigualável e belo, me emociono com o que você escreve e cria, com sua sagacidade e humor.
Quero tanto que acredite mais em você, pois você só tem coisas boas. Você sabe que seus dias são o reflexo de seus atos e pensamentos, pois então, pense nisso e viva sua vida plenamente, não existem imperfeições em você, afinal tu és a imagem e semelhança do grande Criador.
Com muito amor....para você....Querida.
segunda-feira, 9 de abril de 2007
Renovar é preciso.
Quantas destas verdades ainda nos servem? Será que a vida não mudou o suficiente para que transformemos nossas antigas crenças em novas verdades?
Nós mudamos constantemente e nos renovamos através de nossas células. Então porque também não mudar o padrão de nossos pensamentos e evoluir?
Talvez o que antes nos servia perfeitamente, agora já não tenha mais nenhum valor. O exemplo mais simples do que estou dizendo é como uma peça de roupa da qual gostávamos tanto, mas que agora, quando a olhamos em nosso guarda-roupa, não tem mais o mesmo charme e nem nos deixa mais elegantes e belos, como antes. Ou até mesmo aquele restaurante, ou bar, que nos era tão agradável e com o tempo, perdeu o encanto.
A vida é cheia de mudanças, trazendo sempre novos desafios e situações desconhecidas, que infelizmente se não as aceitarmos e nos adequarmos, ficaremos para trás. Esperaremos algum indício de reconhecimento daquele terreno seguro e confortável que fatalmente não existirá mais.
Não devemos parar e aguardar que as coisas permaneçam iguais, mesmo que nos sintamos inseguros, pois tudo se renova e se transforma e exige de nós que tenhamos coragem para encarar as novas fronteiras.
Confissão.
Eu acredito em você e sei da sua importância em minha vida. Não me sinto melhor e nem mais forte que você, apenas igual. Eu entendo seus sentimentos por também sentir as mesmas coisas. Somos muito parecidos e agimos quase que da mesma forma.
A vida não é fácil, tão pouco os relacionamentos são. Talvez seja por este motivo que meus sentimentos por você sejam tão contraditórios e tão intensos.
Contudo, não se ofenda nem se magoe, pois acima de tudo, quero você sempre perto de mim, porque você é meu espelho e eu jamais saberia reconhecer meu reflexo, sem isso.
Tudo é muito confuso e inexplicável, mas a única certeza que me resta é a de que tenho um enorme carinho por você. Portanto, não desapareça de minha vida.
Amigo
Quem é que nos aguenta quando algumas vezes o magoamos com atos ou palavras e ele simplesmente releva por saber como somos...
Quem é que pode ser tão sincero conosco a ponto de nos fazer chorar ou sentir raiva, para depois, mais calmos, admitirmos que ele estava certo...
Para o amigo, você é quem é , certo ou errado, feio ou bonito, chato ou não....
Ele gosta de você como é e nas infinitas discussões nos botecos da vida, sempre acaba fazendo um brinde com um copo gelado de cerveja, somente por serem amigos...
Desejo à minha filha que ela possa ter na vida amigos verdadeiros e fieis e que saiba cultiva-los para entender a enorme importância desta pessoa em sua vida.
Com amor....... a todos os meus amigos...
Perdão...
Nos acorrentamos firmemente nestes sentimentos negativos e não conseguimos achar a chave do cadeado para nos libertar.
Sem perceber, regamos dia após dia aquela sementinha de rancor, que cresce e se torna forte, transformando-se em uma erva daninha de raízes profundas, que conhecemos como tumor. Mas afinal, a quem podemos atribuir a responsabilidade à não ser a nos mesmos, pois a semente não foi plantada por mais ninguém, ela simplesmente nasceu de nossos próprios pensamentos e sentimentos, consumindo toda nossa energia.
E depois de tudo isso, nos perguntamos porque eu?
Talvez a resposta seja muito mais simples do que pensávamos.
Porque não perdoamos o outro realmente e principalmente a nos mesmos.
Ser........humano
Muitas vezes seguimos nosso coração e deixamos a razão de lado e nestes momentos ate nos sentimos bem. Porém, a razão acaba chegando um pouco mais tarde e ai vem à confusão. Provavelmente deve-se ao tempo que temos para refletir, nos levando então ao questionamento dos porquês... e nos atormentamos insistentemente com os sentimentos que ate então não haviam aflorado, nos culpando e nos envenenando continuamente como um inimigo implacável, que sem tréguas nos testa a resistência. Temos a escolha de lutar contra ele ou deixar que nos subjugue. A batalha é dura e exaustiva.
Penso que devemos enfrentá-la, pois assim, um dia de cada vez, torna-se possível vencer e nos fortalecer e tentamos nos transformar em seres humanos melhores, mais compreensivos e tolerantes com os sentimentos humanos. Sentimentos estes, tão contraditórios.
segunda-feira, 2 de abril de 2007
Quem é você???
Quem é que toma suas decisões, importantes ou não?
Quem é que escolhe? Quem foge ou quem enfrenta as dificuldades?
Quem é que julga as outras pessoas?
Quem é que perdoa seus semelhantes ou mesmo a si?
De quem você se esconde?
Quando sente medo, raiva, alegria, tristeza, prazer ou amor, quem é que está lá?
São muitas as pessoas que moram em você?
Se você sabe todas as respostas, então com certeza sabe quem é. É uma pessoa única e singular.
Eu ainda não sei, pois tenho em mim muitas pessoas diferentes, agindo de modos aleatórios que não consigo domar, apesar de todas terem a mesma essência. Quero crer que com o tempo e muita dedicação consiga tornar todas elas uma só.... EU.
domingo, 1 de abril de 2007
Em suas mãos.
Quero neste momento viver com as ferramentas que possuo agora, da melhor forma possível e com toda a intensidade. Não desejo nada que não tenha e não lamento o que perdi. Tudo se vai da mesma forma que vem, então porque não agirmos desta mesma forma, acreditando que o que temos neste momento é o que precisamos para viver?
Você pode pensar: Quero um carro mais novo.... Quero ser mais amado... Quero mais dinheiro... Quero um emprego melhor...etc...
Então faça...
Use o que tem agora e tome o poder para si, vislumbre as coisas por outro prisma, escolha ser feliz. Seja livre.... Mas lembre-se que a liberdade não é a ausência de compromissos, é pura e simplesmente a dádiva da escolha.
Nossa missão neste mundo é ser feliz, é fazer com que nossas vidas valham a pena. É acreditar em nossa própria força interior e nos sentirmos incrivelmente VIVOS...
A dor de cada um.
Aos poucos começo a movimentar algumas partes de meu corpo, mas a dor é demasiado grande. Consigo abrir meus olhos, que inundados de lágrimas, turvam minha visão e com dificuldade vejo as pessoas se aproximando de mim com os braços estendidos. Sinto aqueles braços em volta de meu corpo, ouço aquelas palavras carinhosas, mas não sei quem são estas pessoas. Para mim são estranhos que insistem em fazer uma brincadeira macabra e sem sentido. Não quero saber, não quero ouvir, não quero sentir e não quero mais existir.
Agora não sei mais quem sou, tenho medo do escuro e do claro, nada mais tenho, além disso.
Hoje vejo o sol nascer e se por, sem ao menos me importar com seu movimento. Pergunto-me porque todas as pessoas continuam a andar, trabalhar, respirar, sorrir e falar se o mundo para mim parou. Nada mais tem sentido, nada mais tem cor, nada mais tem perfume ou sabor.
Incrivelmente, o que tenho agora é o ontem, quando pela última vez ouvi sua voz. Tudo para mim é o passado, que guardo como um tesouro de inestimável valor.
P.S.: Este texto é dedicado a duas pessoas que me são muito queridas, minhas cunhadas, amigas e irmãs. Amo vocês.
Eu, você e o Futuro....
Quando você nasceu, tão pequena, mas ao mesmo tempo tão assustadoramente viva, olhei para seu rostinho enrugado e me emocionei tanto que até senti medo. Tive um medo profundo de te apresentar ao mundo, este lugar tão inseguro, assim como eu o via. Também tive medo de falhar, de não ser capaz de te proteger, de não corresponder às suas expectativas. A única coisa concreta que tinha para lhe dar era o meu amor. Esse amor intenso e inexplicável que brotou instantaneamente no momento que você chegou aos meus braços. Você e eu, seres tão frágeis descobrindo uma à outra, se conhecendo e se sentindo.Como é que eu, que ainda era filha, pude me tornar mãe?Como se faz para ser mãe?Como poderia eu, ser responsável por sua vida?Como, se nem ao menos sabia viver a minha própria?Como eu saberia o que você queria, se você não me falava? Você só chorava.... e eu também...Mas o tempo foi passando e o amor, com sua imensa sabedoria, me mostrou os " comos " e me deu algumas respostas.Hoje, passados onze anos, ainda cultivo alguns medos e inseguranças a seu respeito. Porém, aprendi que juntas e com muito amor, derrubaremos as barreiras e enfrentaremos as dificuldades que porventura surgirem. Sei que não sou mais sábia que você, apenas mais velha, por isso te peço que siga comigo o caminho da vida, que se encarregará de nos guiar e nos auxiliar no que for preciso.