terça-feira, 12 de junho de 2007

Apenas mais uma história...

Tudo começou com uma despretensiosa viagem ao litoral norte de São Paulo. Foi tão despretensiosa que continua até hoje, talvez não da mesma forma, mas continua e com a maioria dos personagens. Ocorreram mudanças durante todo este tempo, alguns sumiram, outros estão sempre presentes e ainda outros são vistos eventualmente.
Durante esse período, tiveram grandes conquistas e descobertas, rolaram vários romances, uns duraram outros não. Mas o mais importante foram os sentimentos que nasceram desta história, aqueles que uniram pessoas tão diferentes, com a finalidade de torná-las mais felizes. Criaram-se famílias....vejam só....Vieram os novos integrantes, que já deixaram de ser bebes e passaram a adolescentes.
Assim é o tempo...Ele passa e não percebemos , não notamos que estivemos em constantes mudanças, nos tornamos mais sóbrios, responsáveis e acabamos esquecendo as coisas simples da vida. Começamos a dar mais valor ao “progresso” e conquistas pessoais, acumulamos bens materiais, trocamos de carro, de casa, de empregos, buscando sempre o “melhor” para nós...
Mas quando nos damos conta, já não somos mais jovens,nem cheios de energia e disposição para a vida e a alegria, pois acumulamos “bens” e não “bons” momentos, em algum lugar nós os perdemos por não prestarmos atenção a cada um deles e acabamos ficando insensíveis, cegos e egoístas.
Depois nos perguntamos: Como isso aconteceu?
Como não tivemos a capacidade de nos envolvermos mais com as coisas realmente importantes?
Simplesmente não mantivemos conosco a mesma disposição e boa vontade de quando éramos mais jovens e mais cheios de esperanças.
Penso que a maturidade é uma forma cruel de nos apontar os erros cometidos no caminho, para que possamos ajustar nossas vidas e percebermos o quão é importante o “agora” e o que devemos fazer com nosso tempo, nossas vidas e nossos sonhos.
Acho que os sonhos não morrem, assim como os verdadeiros sentimentos. Eles são apenas guardados em caixas e arquivados, assim, quem sabe um dia, possamos resgatá-los e apreciar estes bens tão preciosos que nos dão razão para viver.

Ainda me lembro daquela viagem...

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Compras, Tequila e analgésico.

Tudo começou com um encontro casual entre Berta e Luíza, numa loja de bolsas.
Ambas gostaram do mesmo modelo, que era clássico sem ser sóbrio. Porém, a vendedora lhes informou que aquela era a única bolsa disponível para venda, pois o modelo havia se esgotado rapidamente.
Berta, a mais indignada e irritada, logo começou a discutir com a pobre vendedora, falando alguns desaforos, achava que aquilo era um verdadeiro absurdo ter apenas um item disponível.
Luíza, a mais calma e equilibrada, para apaziguar a situação e salvar a vendedora da ira de Berta, disse que tudo bem, escolheria outro modelo.
Assim, terminada a discussão e outro modelo sendo escolhido por Luíza, Berta a convidou para um drink, pois afinal estava muito grata pela bondade da outra e se achava em débito.
Luíza aceitou o convite e se decidiram por um bar Mexicano, ao lado da loja de bolsas.
Acomodaram-se numa mesa ao lado de grandes janelas, para apreciarem o movimento lá fora. Pediram alguns petiscos e uma garrafa de tequila.
Na medida em que o tempo foi passando, a quantidade de tequila ia diminuindo na garrafa e subindo o nível alcoólico em Luíza, que não estava tão acostumada a bebidas fortes.
As duas falaram muito e riram bastante da situação, até que Luíza, munida de coragem por conta da tequila, disse à Berta:

- Sabe querida, eu realmente gostei muito daquela bolsa, fiquei bastante chateada com a situação.

- Mas você que abriu mão dela - disse Berta sem entender o que a outra queria.

- È, eu faço isso sempre e depois me arrependo.

- Olha Luíza, você me desculpe, mas o problema é seu. Quem não luta pelo que quer acaba sempre infeliz. E também não pedi para fazer isso. - Berta respondeu com o rosto vermelho de raiva.

- Eu sei, você tem razão Berta. - disse Luíza, remexendo em sua bolsa.

Encontrou um envelope de analgésico e o colocou em frente a Berta, levantando-se e dizendo:

- Fique com isto querida, também é o único, pois você precisará mais do que eu.

Berta nem sequer notou quando Luíza pegou a garrafa de tequila e a atirou diretamente em sua cabeça. Enquanto a garrafa acertava a cabeça de Berta, Luíza saiu do bar, meio cambaleante, mas extremamente satisfeita, finalmente acabara de fazer alguma coisa que lhe dera vontade.