terça-feira, 11 de março de 2008

Meu sentido

Não tenho muito a oferecer, somente o que sei.
Não tenho bagagem, não tenho dinheiro, nem tenho passado. Tenho apenas a mim...
Não tenho histórias, nem alegres e nem tristes, para contar. Deixei tudo para trás.
Meu palácio foi trancado e esquecido, e lá ficaram minhas riquezas e lembranças.
Não carrego mais nada, pois nada mais me serve agora. Sigo em frente, de cabeça erguida, olhos bem abertos e passos firmes. Levo comigo só minha vontade, minha fé e minha força.
Não ofereço perigo algum, tampouco tenho medo e arrependimentos. Abandonei minhas incertezas, minhas inseguranças e minhas culpas.
Agora, viajo sozinha, vivendo um dia de cada vez, não desperdiçando nenhum minuto, pois o tempo é um presente valioso.
Não sei quem fui e nem mesmo quem serei, sei apenas quem sou agora.
Deixo o vento me levar e minha intuição me guiar.
Sei que nada é eterno e que tudo é passageiro.
Meu maior sentido é deixar a vida fluir em mim, por mim e através de mim...

sábado, 1 de março de 2008

Comentário sobre a carta do Cacique Seattle.

Dias atrás, recebi uma mensagem com a já conhecida Carta do Cacique Seattle. A carta que foi enviada ao então presidente dos Estados Unidos, no ano de 1855.

Fiquei surpresa, apesar de conhecer o conteúdo do documento há algum tempo, pois havia me esquecido de parte das palavras lá escritas. Minha surpresa deu-se por conta do tempo, passou-se um século e mais algumas décadas. Para ser mais exata foi um século, cinco décadas e três anos. Muito tempo mesmo!

Contudo, suas palavras são tão atuais, como se tivessem sido escritas há um mês atrás.
Sim, seu conteúdo é atualíssimo. Vivemos nos dias de hoje, presenciando os acontecimentos previstos pelo Cacique naquela época. A terra, que nos dá tanto, está sendo negligenciada por nós. Pior ainda, estamos abusando de seus recursos. Extraímos o que precisamos e o que não necessitamos, desperdiçando tudo o que é valioso para nós e para o futuro do planeta.

Eu me pergunto: Como uma pessoa que viveu há mais de um século atrás, teve a exata visão do futuro traçado por nós, homens civilizados?
Ele, o Cacique, foi um visionário, para não dizer um profundo conhecedor do ser humano. Um homem que sequer conhecia a fundo nossos hábitos. Porém, que os analisou com infinita sabedoria. Alguém que já sabia que o mesmo Deus que amavam, era o mesmo Deus de todos os homens.

Durante todos estes anos vimos as guerras provocadas por nós, destruindo grande parte de nossa terra e matando nossos irmãos. Guerras por poder, por posse de um pedaço de terra e por uma disputa insana entre homens que acreditavam que seu Deus era melhor que o Deus dos outros. Mas não reverenciamos o mesmo Deus? O que não enxergamos é o fato de que esse Deus, seja o nome que dermos à Ele, é o mesmo e o único. Não importa Seu nome, mas sim o que Ele significa. Ele é o amor entre os seres vivos, entre a terra e o homem, entre o homem e seu semelhante.

Infelizmente o Cacique estava certo. Hoje a terra sofre e fede em conseqüência do que fizemos a ela. Seus recursos, antes abundantes, estão se extinguindo. O ar está cada vez mais poluído. As águas, de tão sujas, não matam mais nossa sede.

Ouso dizer, que chegará o dia em que choraremos e sofreremos por todo o abuso e toda a inconseqüência com que tratamos nossa “amada terra”. Mas nosso sofrimento e lágrimas, de nada adiantarão. Será tarde demais para nós!