quarta-feira, 17 de outubro de 2007

A carícia do vento...

Ela caminhava a passos lentos, no rosto um leve sorriso despreocupado, sentia as pequenas ondas quebrando-se em seus tornozelos, levava nas mãos, apenas um par de sandálias, que havia tirado quando pisou na areia branca.

Era final de tarde e o Sol se punha majestosamente, no horizonte distante. Ela contemplou aquele maravilhoso espetáculo da natureza e pensou consigo, quanta beleza existia nesse mundo e ela não havia percebido por todo esse tempo.

Podia sentir o calor dos últimos e derradeiros raios daquele sol, sentia o perfume do mar, a carícia das ondas, a maciez da areia e a brisa em seu rosto, como um delicado afago de mãos macias e sedosas, que tocava seu rosto e seus lábios delicadamente, descia por seu colo, peito, abdômen e pernas, como as mãos de um amante dedicado e paciente. Seu vestido de tecido leve, tremulava como velas de um barco a mercê do vento.

Todos os seus sentidos estavam aguçados e despertos, como a muito tempo não acontecia. Uma paz interior tomou conta de seu coração e alma, sentia-se flutuar ao som da música do mar. Jogou as sandálias para longe, levantou os braços ao alto e se entregou totalmente àquele momento mágico.

Podia ouvir, bem ao longe, as vozes de seus filhos lhe chamando, mas não se voltou na direção deles, continuou de frente para o mar. Eles poderiam esperar.

Afinal, ela mesma esperou muito tempo por este momento, esta paz e felicidade.
Tudo que havia acontecido em sua vida, afastando-a daquelas sensações maravilhosas, estavam indo embora levados pelo vento, para bem longe, num lugar onde ela jamais estaria de novo.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

As coisas simples da vida.

Caminho pelas ruas de meu bairro todas as manhãs. E é muito agradável a sensação de cruzar com as pessoas e trocar um Bom Dia, acompanhado por um sorriso, principalmente nos dias de hoje, em que todas as pessoas vivem correndo e mau-humoradas, parecendo odiarem-se.
No trânsito, todos se ofendem constantemente, trocando palavras grosseiras e gestos brutos.
Porque não trocar as palavras ofensivas por palavras gentis, sorrisos em vez de grosseria, um muito obrigado de vez em quando?
Precisamos de mais amor no mundo, não de raiva, rancor e tristeza. Certamente viveríamos muito melhor se cada um fizesse sua parte, dizendo um simples Bom Dia, ou Boa Tarde ou Boa Noite.
Não sabemos das dificuldades diárias e das preocupações enfrentadas pelos outros, porém, sabemos que elas existem para todos. A diferença é como as encaramos, podemos escolher entre o mau humor ou a leveza de um dia mais alegre. Nenhum problema será resolvido se vivermos mau-humorados.
Quem sabe até eles se tornem mais fáceis de serem solucionados, se tivermos uma pouco de alegria dentro de nós, mais boa vontade e apenas trocarmos um simples sorriso, ao cruzarmos com algum desconhecido que nos diz .... Bom Dia!

Verdades mentirosas.

Para alguns de nós, existem verdades absolutas, as quais não questionamos e nem analisamos.
Mas me pergunto, porque são absolutas?
Não são flexíveis?
O que para nós hoje é certo, amanhã não poderá passar a ser errado?
Porque essa dureza na forma de pensar?
Será que são crenças incutidas em nossas mentes desde cedo, e que estão tão arraigados que não somos capazes de removê-las?
Se vivemos aprendendo no decorrer de nossas vidas, mudando nossa visão sobre várias coisas, constantemente, qual o sentido de sermos tão inflexíveis com estas tais “verdades absolutas”?
Já acreditei em Papai Noel, Coelhinho da Páscoa e até em cegonhas que traziam os bebês para seus pais. Mas tudo passa e mudei de opinião, acredito que para aquela fase de minha vida, estas histórias foram necessárias para que eu sonhasse.
Hoje, apesar de adulta, ainda acredito em sonhos, eles servem para nos dar esperança, para nos impulsionar. Quem não sonha, não tem expectativas, portanto, vive num mundo opaco, sem cor e sem graça, onde a realidade esmaga qualquer manifestação dos sonhos.

Quem define o que é certo e errado?
Quem dita as leis e regras de nossas vidas?
“Nós mesmos”.
Se temos este poder, então porque não desmistificamos as ditas verdades absolutas e repensamos se elas realmente valem a pena serem mantidas?

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Se...

Se eu fosse falar algo sobre mim, diria que estou em busca...

Busco uma nova vida, uma estrada menos complicada e mais simples...
Busco coisas simples, como acordar pela manhã e se encantar com o nascer do sol e de um novo dia...
Busco harmonia, paz de espírito e o equilíbrio que tanto preciso...
Busco o prazer nas pequenas coisas, como vislumbrar minha filha vindo em minha direção e me abraçar sem nenhum propósito...
Busco ter a capacidade de um sorriso fácil diante das coisas da vida, um “Bom Dia” qualquer, uma criança gargalhando, um cachorro rodando atrás de seu próprio rabo...
Busco uma paixão, do tipo que te faz acordar no meio da madrugada, feliz, só por saber que a pessoa existe, aquela que faz seu coração pular no peito quando a pessoa se aproxima...rir facilmente de suas piadas bobas, seus olhares serenos e sorriso encantador...

Busco porque sei que todas estas coisas existem e são possíveis...

Busco por que acredito e quero apenas
“me sentir viva”...

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Para você...

Não tenho muito a oferecer, a não ser eu mesma.
Não tenho bagagem, não tenho dinheiro, nem tenho passado, tenho apenas a mim...
Não tenho histórias, nem alegres e nem tristes, para te contar. Deixei tudo para trás.
Meu palácio foi trancado e esquecido, e lá ficaram minhas riquezas e minhas lembranças. Não carrego mais nada, pois nada mais me serve agora.
Sigo em frente, de cabeça erguida, olhos bem abertos e passos firmes, levando comigo só minha vontade, minha fé e minha força.
Não ofereço perigo algum, tampouco tenho medo e arrependimentos. Abandonei minhas incertezas, minhas inseguranças e indecisões.
Agora, viajo no tempo, vivendo um dia de cada vez, não desperdiçando nenhum minuto, pois o tempo é um presente valioso.
Não sei quem fui e tampouco quem serei, sei apenas quem sou agora. Deixo o vento me levar e os sentidos me guiarem.
Sei que nada é eterno e que tudo é passageiro.

Mas se quiser, agora, posso ser sua...

sábado, 6 de outubro de 2007

Prazeres possíveis.

Ela, ainda com a toalha de banho enrolada em seu corpo, ansiosa tentava se maquiar. Sua cabeça fervilhava, pensava que esta louca. Mas se de fato estava, que loucura maravilhosa era aquela.

Borrifou em algumas partes do corpo seu perfume preferido, aquele que só usava em ocasiões especiais. Pegou no armário o melhor conjunto de lingerie, na cor preta e muito sexy. Olhou-se no espelho e aprovando a imagem, sorriu de volta para o próprio reflexo. Pôs o vestido escolhido cuidadosamente, vestiu as sandálias de salto muito alto, deu mais uma olhada no espelho e satisfeita saiu do quarto.

Enquanto aguardava a chegada dele, preparou uma taça de vinho branco bem gelada, sentou-se na elegante poltrona e ficou bebericando a deliciosa bebida.

Passados alguns minutos, a campainha tocou anunciando a sua chegada. Ela dirigiu-se à porta ajeitando o vestido, abriu devagar e deparou-se com aquele sorriso marcante, que só ele era capaz de dar.

Ele passou pela porta sem tirar os olhos dela, fez uma longa verificação de seu corpo e com os olhos marotos, puxou-a para si. Deu-lhe um beijo arrebatador, como se fosse a última vez que a beijaria. Ela quase perdeu a noção de tempo e espaço, suas pernas ficaram bambas, mas ainda assim se afastou dele, trancou a porta e lhe ofereceu uma bebida.

E ele, com um olhar intenso e determinado, recusou a bebida, pegou-a em seus braços e foi diretamente para o quarto. Depositou-a na cama e olhando fixamente para ela, foi se despindo. Enquanto ela pensava em todas as coisas que havia preparado para aquela noite, ele se deitou sobre ela e começou a beijar sua boca, pescoço, colo, até chegar ao decote do vestido. Ela lhe ajudou a tirar a peça, jogando-a para longe junto com os pensamentos anteriores. O que importava agora, era só aquele imenso prazer que sentia.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Você sabe o que é melhor para você?

Se você sabe, está de parabéns!
Eu, honestamente, vivo ao tropeços e trombadas com meu ego. As vezes sendo "eu" a fazer a escolha e outras (muito mais) o "ego". Antes, realmente acreditava que ele era meu parceiro, "meu chapa", mas com o tempo e prestando muita atenção, percebi que ele é mais "juiz" do que amigo. É como um cara inconveniente que acha que está sempre certo e vive ditando regras.
É como uma espécie de termômetro, medindo o tempo todo os "certos" e os "errados".
Porém, o meu "eu" está com o saco cheio de regras, elas são chatas, restritivas e cansativas, existem com a única finalidade de nos podar, deter nossos impulsos instintivos, para que depois cheguem as celebres perguntas:
- Porque não fiz?
- Porque não fui?
- Porque não deixei rolar?

Assim, apresento-lhes o majestoso EGO, que se desaparecer de minha vida, certamente saberei e farei o que é melhor para mim.

ps.: Sem julgamentos....