terça-feira, 22 de maio de 2007

Olhos nos olhos.

Me olho no espelho pela manhã e vejo alguém que não conheço. O rosto amassado, o cabelo desalinhado, o pijama todo torto e os olhos (ah... esses sim são os grandes vilões), estão opacos, sem brilho e sem vida. Que horror!
Arregalo bem os dois e procuro minuciosamente as características que antes eu via, tais como, alegria, vivacidade, entusiasmo e muito brilho....
Sei que estão lá, em algum lugar, pois as coisas não se perdem assim, de uma hora para outra...
Fixo tanto meu olhar no espelho que meus olhos ficam ardentes e cansados, mas resolvo não esquentar com isso, melhor tomar um banho relaxante, vestir uma roupa bonita e me maquiar, para melhorar o visual.
Tudo feito, volto ao espelho e, para minha surpresa, os mesmos olhos se refletem! Mas que droga! Dane-se! Meio aborrecida sigo meu dia.
Porém, no decorrer do período, isso não me sai da cabeça. Em algum momento me lembro que li ou ouvi algo assim " Os olhos são o espelho da alma " e em choque percebo que realmente é isso que me incomoda, o problema não é externo, mas sim o que vem de dentro de mim. Procuro recordar qual foi a última vez que vi meus olhos brilharem, mas não consigo me lembrar... O que foi que aconteceu?
Praticamente em pânico, decido que não quero mais esta situação. Pego as páginas amarelas e busco desesperadamente um terapeuta, psicólogo, psiquiatra, ou qualquer pessoa que me ajude.
Mas alguns momentos depois, recebo um e-mail vindo de uma amiga (inclusive é a mesma que escreveu o texto abaixo sobre liberdade " a Marta"), respiro fundo e presto atenção a mensagem e para meu conforto, era exatamente o que eu precisava ouvire também ler o texto que ela escreveu. Coisas simples como a liberdade de dirigir, ter amigos, bater papo, etc...
Assim, quando olhar meus olhos novamente no espelho, lembrarei da mensagem e tenho absoluta certeza de que serão os velhos olhos brilhantes e cheios de entusiasmo que verei!

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