Tudo começou com um encontro casual entre Berta e Luíza, numa loja de bolsas.
Ambas gostaram do mesmo modelo, que era clássico sem ser sóbrio. Porém, a vendedora lhes informou que aquela era a única bolsa disponível para venda, pois o modelo havia se esgotado rapidamente.
Berta, a mais indignada e irritada, logo começou a discutir com a pobre vendedora, falando alguns desaforos, achava que aquilo era um verdadeiro absurdo ter apenas um item disponível.
Luíza, a mais calma e equilibrada, para apaziguar a situação e salvar a vendedora da ira de Berta, disse que tudo bem, escolheria outro modelo.
Assim, terminada a discussão e outro modelo sendo escolhido por Luíza, Berta a convidou para um drink, pois afinal estava muito grata pela bondade da outra e se achava em débito.
Luíza aceitou o convite e se decidiram por um bar Mexicano, ao lado da loja de bolsas.
Acomodaram-se numa mesa ao lado de grandes janelas, para apreciarem o movimento lá fora. Pediram alguns petiscos e uma garrafa de tequila.
Na medida em que o tempo foi passando, a quantidade de tequila ia diminuindo na garrafa e subindo o nível alcoólico em Luíza, que não estava tão acostumada a bebidas fortes.
As duas falaram muito e riram bastante da situação, até que Luíza, munida de coragem por conta da tequila, disse à Berta:
- Sabe querida, eu realmente gostei muito daquela bolsa, fiquei bastante chateada com a situação.
- Mas você que abriu mão dela - disse Berta sem entender o que a outra queria.
- È, eu faço isso sempre e depois me arrependo.
- Olha Luíza, você me desculpe, mas o problema é seu. Quem não luta pelo que quer acaba sempre infeliz. E também não pedi para fazer isso. - Berta respondeu com o rosto vermelho de raiva.
- Eu sei, você tem razão Berta. - disse Luíza, remexendo em sua bolsa.
Encontrou um envelope de analgésico e o colocou em frente a Berta, levantando-se e dizendo:
- Fique com isto querida, também é o único, pois você precisará mais do que eu.
Berta nem sequer notou quando Luíza pegou a garrafa de tequila e a atirou diretamente em sua cabeça. Enquanto a garrafa acertava a cabeça de Berta, Luíza saiu do bar, meio cambaleante, mas extremamente satisfeita, finalmente acabara de fazer alguma coisa que lhe dera vontade.
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