sexta-feira, 8 de julho de 2011

Licensa para matar.



Ludmilla estava exausta!






Ela simplesmente amava ter contatos super/mega/importantes. Precisava de alguem que pudesse resolver seu problema de uma vez por todas.



Pensou (meio embriagada) que talvez, apenas talvez, devesse ligar para seu amigo Djalmão.



Pegou seu super moderno aparelo celular (Motorelha Startrek rosa-malva-envelhecido) e discou o número desejado:






- Oi fofo é a Lud.



- Oi Lud-cat (apelido super apreciado por ela) o que que mandas?



- Preciso de seus serviços gatão.



- Fala aí Lud-woman (outro apelido apreciado)



- Tenho um probleminha que deve ser mandado para o fundo do ocean...now!!!



- O problema tem identidade Lud-hot (mais um dos apelidos apreciadissimos)?



- Mister Plancton! Este deve nadar em águas profundas.



- Fica tranquilis Lud-old (este apelido não é nada apreciado) que seu desejo é uma ordem!



- Belezura Djalmão. Depois te pago com serviços a escolher!!! Bjks






Na segunda, como já era de se imaginar, tudo estava exatamente igual: Ludmilla, ressaca, olhos inchados, baton rosa-malva-envelhecido, mesa, telefone... e Sr. Plancton mais irritante do que nunca!!!

Nave espacial





Lá estava ela... a grande nave espacial patindo para sua viagem ao espeço sideral...





Um pequeno, na verdade, pequenissimo aperto no peito de Ludmilla, se fazia presente, insistente, perturbador. Algo naquilo tudo era tão nostálgico. Como se fosse a partida de um grande e desabitado amor em direção ao infinito.





Isto lhe trazia algumas lembranças. Lembranças que faziam seus olhos arder com o principio de algumas lágrimas.





Ludmilla afagou sua estola de pele (falsa) de raposa e foi imediatamente remetida a um passado distante. Na epoca em que se sentia meio jovem, meio magra, meio triste. As lembranças se derramaram como as lágrimas impertinentes que insistiam em cair de seus olhos borrados de rímel.





Ela sentiu algo desabando... (Desculpe... foi o salto do sapato afundando na grama tenra do terreno macio).





Voltando...





Ela consegui lembrar (afinal é um pouco complicado lembrar de algumas coisas que aconteceram quando esteve bebada) de acontecimentos que marcaram sua meia vida tão cheia de meios amores e partidas inteiras. Naves que partiram repletas de tripulantes (loiros, morenos, mulatos,etc..) e que deixaram um enorme vazio no peito (tamanho 48) seguidos imediatamente de uma vontade incontrolável de tomar um porre. Affffffffffffffff. Chega de memórias tristes!





Ela conseguiu se recompor... limpou os olhos, secou as lágrimas, passou seu batom rosa-malva-envelhecido (combinando com o esmalte) e se olhou no pequeno espelho de seu pó-de-arroz/pó compacto e lançou um sorriso ao mundo. Ela estava de volta ao ponto de partida. Meio solta, meio gorda, meio feliz e sempre, mas sempre mesmo... na meia idade!










* nota da autora: Ludmilla não se importa com a nova ortografia, afinal ela não é nova é apenas meio nova.